Noticia Projeto Gaia@prende+

Hoje, existem mais de quinhentas crianças em Canidelo apoiadas pelo projeto que tem servido de bandeira à atividade educativa e social do atual executivo. Mas o objetivo é continuar a crescer, ajudando a construir os cidadãos do futuro.

O que é o Gaia@pende+? Sofia Matos respondeu de forma prontificada. “O Gaia@prende+ ajuda-me a estudar, a crescer e ensina-me o meu futuro”. Em Canidelo não existe um projeto que se foque tanto nas crianças e nos jovens como o Gaia@prende+. Entre 550 a 580 crianças são, atualmente, apoiadas pelo projeto que tem sido a “menina dos olhos” do trabalho que o atual executivo tem procurado desenvolver no campo social e educativo.

Em Canidelo, o presidente da Câmara Municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, confiou em Almiro Mendes, pároco e presidente do Centro Social e Paroquial de Santo André de Canidelo, instituição que gere o projeto na freguesia. “O Gaia@prende+ em Canidelo é um projeto extraordinário, havendo um conjunto de fatores que faz com que isso seja possível. Em primeiro lugar, deve-se à equipa que o lidera, competente, generosa e sempre presente. Em segundo lugar, os pais depressa perceberam com quem estavam a lidar e entenderam que a paróquia era uma parceira séria. Além disso, as crianças são extraordinárias e os professores também. Não unimos fraquezas mas forças de vários ângulos, caminhamos unidos”, garantiu Almiro Mendes que recuperou um ditado africano que em muito descreve este trajeto: “Se queres ir rapidamente, corre como uma gazela. Se queres ir longe, corre como um búfalo. A gazela corre sozinha e, rapidamente, é apanhada. Os búfalos andam em manada, vão mais longe”, partilhou.

A consistência deste projeto deve-se, precisamente, ao facto de ninguém caminhar sozinho; deve-se ao esforço de um conjunto de instituições em prol de um objetivo em comum; proporcionar a melhor educação possível às crianças e jovens envolvidos. “ Este projeto tem servido para construir a vida destas crianças. Damos uma enorme ajuda às famílias e isso já nos basta. Sem dúvida que os pais valorizam o nosso trabalho, até porque a sociedade padece um pouco de falta de resposta às famílias. É por isso, que sentimos tanta alegria em poder ajudar”, partilhou Almiro Mendes, para quem, tal como em todos os bons projetos, ainda há melhorias a fazer. “Precisávamos, por exemplo, de uma carrinha para tratar de toda a logística. Gostaria ainda de ver mais crianças com necessidades educativas especiais no projeto. Ainda há um caminho a ser feito, mas estamos a progredir até conseguirmos alcançar a excelência. As crianças já perceberam que o Gaia@prende+ é um mais na vida delas e esse é o melhor prémio que poderíamos ter”. Assegurou o pároco, que não deixou de mencionar os planos para as instalações onde o centro está agora a funcionar. “Estamos a pensar fazer aqui um museu relacionado com a seca do bacalhau, uma vez que trabalharam aqui trezentas pessoas, muitas delas mulheres, que devem ser homenageadas”, contou. Com espaço polivalente, aqui decorrem outras atividades como a catequese, reuniões de jovens, entre outras.

Foi neste espaço que conversámos também com José Cardoso, responsável pela coordenação do projeto em Canidelo, juntamente com Joaquim Oliveira. Diariamente, é desafiante procurar atividades que vão ao encontro dos desejos e interesses das crianças mas também dos pais. Esta constante dinâmica acarreta um enorme peso da responsabilidade, mas também uma satisfação incomensurável quando o sucesso salta à vista. Os “clientes” são de uma exigência esmagadora e é necessário preparar tudo ao pormenor para que as solicitações sejam cumpridas. “Conseguimos ter uma equipa que nos ajuda a alcançar os objetivos, quando recrutamos, procuramos pessoas com predisposição para lidar com crianças”, explicou José Cardoso, partilhando connosco uma experiência inovadora que está, neste momento, a ser desenvolvida na escola básica das Chouselas: futebol feminino, que está a ter uma adesão muito interessante. Na elaboração de outras atividades, esta equipa procura perceber a opinião daqueles que estão no terreno e que trabalham diretamente com o público-alvo. “É através do contacto e do saber que os professores nos vão transmitindo que conseguimos dar respostas apropriadas. Não queremos também criar rotinas e, por isso, não temos por hábito passar de um ano para o outro com as mesmas atividades. Gostamos de diversificar e motivar as nossas crianças”, garantiu José Cardoso.

Nesta equação, os pais também, têm um papel fundamental, “Gostamos de envolvê-los nas atividades para que eles percebam realmente o que os filhos fazem. Queremos estar sempre à altura das exigências”, acrescentou.

Será que este objetivo tem sido cumprido?

Ninguém melhor do que as próprias crianças para responderem a esta questão. No auge dos seus nove anos de idade, Sofia Matos e Tomás Queirós perdem-se nas inúmeras atividades que realizam no âmbito do Gaia@prende+. Entre karaté, xadrez, ginástica ou aulas de culinária, são muitos os talentos que se descobrem. A Sofia já ensinou o padrasto a fazer bolos, ao passo que o Tomás, não tendo uma especial predileção para a culinária, aproveita todos os momentos para brincar e estar com os amigos.

Canidelo na vanguarda do apoio a crianças com NEE

As crianças com necessidades educativas especiais têm carências muito distintas e, para responder a essas lacunas, nasceu o Gaia@prende+(i), que disponibiliza um conjunto de respostas e terapias determinantes. Em Canidelo sempre houve uma sensibilidade muito particular para esta temática, desde o primeiro minuto. “O projeto Gaia@prende+ na freguesia incorporou, logo no primeiro ano, crianças com NEE no campo de férias. Manifestamos essa vontade à Câmara Municipal e foi um desafio interessante, porque foi maravilhoso ver a forma como eles se integram com outras crianças. O agradecimento dos pais por acolhermos os seus filhos é indiscritível”, colmatou José Cardoso.

Além do apoio prestado aos mais novos, o Centro Social e Paroquial de Santo André de Canidelo não descura o papel que deve assumir junto da população mais idosa. Mas, uma vez que já existe na freguesia uma associação inteiramente dedicada a este público-alvo, Almiro Mendes garantiu que o objetivo nunca será atuar em modo de concorrente. “ A paróquia está a disponibilizar um espaço para que a A.S.S.I.C. possa expandir o seu trabalho”, explicou Almiro Mendes, um homem de coração cheio para quem a união de forças será sempre forma de atingir um fim.

Fonte: Entrevista Revista Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia